Nunca soube ficar, tenho dificuldade em sair dos meus processos internos e isso impede-me de saber ficar mais vezes do lado calmo e quentinho da vida.
Ao longo dos anos fui me apercebendo que há dois tipos de pessoas, as pessoas sol e as pessoas lua. Eu sou mais lua mas nem por isso, mostro facilmente aos outros o meu lado lunar. Esse lado é mais meu, mais tímido e mais difícil de se dar ao outro.
Acredito que a minha ligação com a Lua vem daí, deste meu ímpeto de me aprofundar nos meus processos e de me esquecer que o sol já nasceu lá fora e que eu, mais uma vez, me esqueci de abrir a janela.
Há quem diga que a Lua nos ilumina de uma forma subtil e que nos mostra os nossos ângulos mais profundos, os nossos medos e as nossas angústias de forma clara e bastante visível. Para mim, é bastante mais do que isso. Em noites de Lua Cheia é fácil perceber a intensidade da minha energia, é fácil perceber que todas as emoções que eu fui acumulando ao longo do ciclo são purgadas numa noite de Lua cheia, é um momento magnífico e único que me faz sentir um vazio bom depois da purga de tudo o que já passou.
Entregarmo-nos a este processo é permitirmo-nos que a luz entre outra vez em nós, é deixar -nos acolher e dar ao colo aos medos e tempo da luz voltar a entrar num ciclo mais vibrante.
Habituamo-nos a mostrar o nosso lado mais fácil, tal como escolhemos o lado da cama onde queremos descansar, é uma escolha que pode durar uma vida.
Aqui fica o meu processo desta Lua cheia Bonita para o dia 17 de Junho:
Agarra em tudo o que já nao queres, escreve tudo num papel.
Ouve uma música bonita que te faça ouvir o coração de dentro para fora,
Agora rasga e sente o maravilhoso que é o desapegar do que já nao é teu, queima tudo num lugar seguro,
Dança e permite que a música entre em ti.
Agora sim, enterra tudo num lugar longe de casa e de ti, já nao precisas de nada do que já nao te cabe e estás pronto para um novo ciclo.
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